15 Fevereiro 2024 14:56
Primeira Igreja do Menino Deus. Acervo do Museu de Porto Alegre Joaquim José Felizardo. Circa 1880

Em 1850 um grupo de devotos resolveu construir uma igreja no então longínquo bairro do Menino Deus, que se vinha formando. O terreno foi transferido por escritura aos 9 de abril de 1850, pelo Médico Manoel José de Campos, depois Barão de Guaíba, e sua esposa, para à Comissão encarregada da edificação da Capela do Menino Deus, presidida por Sebastião Ribeiro Pinto.
Era um terreno de 20 braças de frente à Rua Caxias (atual Rua José de Alencar) por trinta braças de fundo, sendo a metade por doação e a outra metade por venda. O Dr. Manoel José de Campos e sua esposa eram proprietários de uma grande chácara nas imediações e do próprio morro atrás da capela. Autorizada a construção, com missa do galo, à meia noite de 24 para 25 de dezembro de 1853, era nela rezada a primeira missa pelo pároco da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, José Inácio de Carvalho e Freitas, a cuja freguesia pertencia o Menino Deus.

A imagem do Menino Deu, adquirida pelos paroquianos, ficou depositada na Igreja de Nossa Senhora das Dores. Pronta a igreja, transportada, por terra, na tarde de 24 de dezembro de 1853, para a nova igreja de que era padroeiro, deu-se início à primeira festa natalina que, daí por diante, todos os anos é feita.

A capela passou a ser o centro de festejos populares e religiosos da época natalina.

Em 15 de outubro de 1860 o mesmo casal doou à Igreja do Menino Deus de ambos os lados da Capela mais 140 palmos de frente por 500 de fundo e terrenos atrás da antiga aquisição, formando então todo o conjunto um quadro entre linhas retas a fim de alargar a praça existente para que a igreja e o público gozem dela. A praça nasceu em função da primitiva igreja.

A esposa do doador, Antônia Clara Barbosa Campos, era bisneta de Jerônimo de Ornelas e irmã de Onofre Pires, herói farroupilha falecido em Triunfo em conseqüência de duelo travado com seu primo General Bento Gonçalves da Silva.

Em 17 de janeiro de 1884, o Presidente da Província, Dr. José Júlio de Albuquerque Barros, comunicou ao bispo Dom Sebastião Dias Laranjeira que, pela Lei Provincial nº. 1.428, de 4 de janeiro de 1884, a igreja foi elevada à categoria de freguesia, dando fim a uma antiga e tradicional luta entre as Irmandades do Menino Deus e dos Navegantes, cuja festa era, também, ali celebrada anualmente. A imagem de Nossa Senhora dos Navegantes estava na Igreja do Menino Deus, daí era transportada, a partir de 1875, por água, para a Igreja dos Navegantes.
17 Novembro 2023 9:50
Uma paróquia bem espaçosa e com opção de colocar o carro na calçada para embarque e desembarque.

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